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1 - CANINOS

Cães Neonatos

As 48 horas iniciais pós-parto são os momentos primordiais para o desenvolvimento e crescimento para toda a vida do animal. Para esse período é necessário que as fêmeas forneçam o alimento inicial, o colostro (leite materno), tendo como função de alimentar e imunizar (fornece anticorpos) aos filhotes. Após as primeiras 48 horas o leite perde a capacidade de imunizar, desenvolvendo somente a função de alimento. Nas quatro primeiras semanas, os filhotes devem se alimentar por volta de 3 a 6 vezes por dia. A ingestão intensa de leite materno ajuda a minimizar as enfermidades e proporciona um melhor desenvolvimento inicial. Em média, após 30 dias do nascimento os filhotes necessitam de uma suplementação alimentar, esses suplementos são comercialmente produzidos por várias empresas para serem oferecidos até o desmame. Esse oferecimento deve seguir as orientações dos fabricantes, tendo como condições básicas:

  • Umidificar estes alimentos com água morna, facilitando a ingestão;
  • Ofertar por no máximo 30 minutos;
  • Não adicionar leite de outros animais;
  • Período médio de desmame por volta de 45 dias de idade.

Filhotes

Após o desmame os animais deverão se adaptar a uma nova realidade, sem a mãe e uma nova dieta alimentar, com somente alimentos processados. O período de crescimento dos animais pode variar de 7 a 12 meses iniciais, dependendo do porte da raça. Raças caninas de grande porte, como Dogue Alemão, estabiliza seu ganho de peso por volta dos 12 meses de idade com peso próximo aos 80 kg, enquanto cães de pequeno porte, como o Poodle Miniatura, estabiliza o seu ganho de peso por volta dos seis meses com aproximadamente três quilos. A intensidade de ganho de peso e desenvolvimento são de 35 vezes o peso inicial para o peso adulto. Deve- se observar que o crescimento deve ser de forma definitiva e equilibrada.

Recomenda-se a utilização de dietas formuladas específicas para esta fase da vida do animal, associando o fornecimento de alimentos ideal ao crescimento animal, a fim de desenvolver os constituintes orgânicos de forma equilibrada (LAZZAROTTO, 2000). O rápido crescimento de raças de grande porte, predispõe o surgimento de problemas ósseos, assim com o fornecimento de uma dieta equilibrada nutricionalmente, minimiza o desenvolvimento dessas enfermidades. Na prática alguns elementos alimentares devem ser observados:

  • Dieta altamente digestível, completa e balanceada para o crescimento;
  • Determinar um manejo alimentar controlado no fornecimento de alimentos – 3 refeições diárias;
  • Relacionar o crescimento ao tipo de alimento fornecido – dieta X curva de crescimento;
  • Raças grandes e gigantes não devem apresentar níveis suplementares de cálcio, além dos níveis da dieta ofertada;
  • Um esquema de exercícios deve ser estipulado durante o crescimento.

Cães adultos

Os adultos são os animais que não estão em nenhum estado reprodutivo ou em atividade intensa e, nesse caso, deve-se adequar uma dieta alimentar completa e balanceada sem ultrapassar os níveis ideais de energia, para evitar problemas de obesidade. Em um contexto geral, os animais que estão em um estado de manutenção podem apresentar uma vida condicionada e restrita, e recomenda-se o fracionamento da alimentação em três refeições diárias.

A quantidade de alimento fornecida diariamente deve levar em conta o nível de atividade física de seu pet: sedentários, ativos e muito ativos ou atletas. Outro fator de suma importância é a oferta de água fresca e à vontade aos animais, pois todos os processos metabólicos necessitam de hidratação.

Cães idosos

Com a expectativa de vida dos cães, deve-se observar os padrões nutricionais e de saúde desses animais. Quando equilibrada a nutrição desses animais, possibilita melhor qualidade de vida, reduzindo os possíveis problemas metabólicos em função da idade avançada. As diferenças de raças, porte e ritmos de vida, podem variar os parâmetros de velhice dos animais, recomenda-se observar cada animal em especial. A partir de 8 anos já podemos considerar um cão como idoso.

Algumas reações clínicas são notadas em cães idosos como:

  • diminuição da constituição de tecido muscular magro,
  • aumento da quantidade de gordura corpórea,
  • problemas articulares,
  • diminuição da quantidade de água corporal (SÁ, 2002).

Alguns pontos devem ser observados para uma melhor qualidade de vida desses animais:

  • Consultas, revisões clínicas e nutricionais ao menos 2 vezes ao ano;
  • Check up anual contemplando exame de sangue para avaliação da função renal e hepática, ultrasson abdominal e raio x torácico;
  • Manter uma dieta adequada e balanceada para idosos;
  • Valor proteico da dieta, com alta qualidade e mais digestível;
  • Regular a quantidade de alimento e energia ingerida;
  • Evitar a obesidade;
  • Atividade física associada à nutrição, ambos equilibrados;
  • Dietas terapêuticas podem ser recomendadas caso o paciente já apresente alguma doença crônica.

2 – FELINOS

Gatos neonatos

A primeira semana de vida dos gatos é extremamente crítica e irá definir seu desenvolvimento ao longo de sua vida, pois esses animais são fisiologicamente e neurologicamente imaturos, tendo baixas porcentagens de gordura corpórea. Contudo, são preconizados alguns cuidados essenciais, principalmente no que desrespeito a alimentação, para o bom desenvolvimento dos recém-nascidos.

O principal alimento que o recém-nascido deve receber nas primeiras 24 às 72h é o colostro (leite materno), no qual agregara imunidade, devido os anticorpos presentes, além de ser rico em proteína e gordura que iram suprir a demanda nutricional do animal. Os gatos recém-nascidos devem permanecer com as mães, já os rejeitados devem ser aleitados separadamente com leite comercial destinado a espécie, de 4 a 6 vezes ao dia. No entanto deve se atentar aos cuidados sanitários com animais órfãos, pois o leite comercial não fornece anticorpos, sendo que esses animais são mais susceptíveis a doenças, pois geralmente não mamaram o colostro.

Os alimentos sólidos podem ser introduzidos na 3ª ou 4ª semana de vida, sendo ofertado juntamente com leite ou água morna para amolecer e facilitar a ingestão. A quantidade de leite ou água deve diminuir gradativamente até a 5ª semana, na qual pode ser ofertado o alimento completamente sólido.

Gatos em crescimento

A fase de crescimento e desenvolvimento é relativamente curta o que se dá quando os gatos atingem a maturidade com média de 45 vezes o peso ao nascimento. Para garantir um crescimento com um tamanho normal para os filhotes, é necessário garantir uma dieta bem equilibrada. No período de crescimento os gatos necessitam de uma quantidade superior de energia metabolizável (EM) do que a exigida para a manutenção dos gatos adultos.

Os gatos em crescimento necessitam de mais alimentos ricos em proteína que os gatos adultos devido a formação dos novos tecidos associado à fase de crescimento. A proteína desse alimento deve ser de alta qualidade e de fácil digestão, para garantir a liberação de todos os aminoácidos essenciais para o crescimento e desenvolvimento. A crença que se deve adicionar cálcio e fósforo nas rações para os gatos e cães não é justificada pelos perfis nutricionais recomendados pela Association of America Feed Control Official (AAFCO), pois a quantidade de cálcio e fósforo exigido pelo organismo desses animais na fase de crescimento é muito baixa (1% para cálcio e 0,8% para fósforo). É sabido que as rações comercializadas contêm níveis desses dois elementos acima do recomendado, fornecendo assim mais do que o suficiente para esses animais em

Os cães e gatos ao serem levados para um novo lar após o desmame, normalmente são submetidos a uma nova ração. Porém essa mudança deve ser feita de forma gradual a partir do terceiro dia, com o fornecimento da mesma ração consumida antes de deixar a mãe. Os felinos apresentam um comportamento alimentar que os diferenciam dos cães principalmente na fase de crescimento. A sua alimentação consiste no consumo frequente de pequenas quantidades de alimento ao longo do dia. Sendo assim, quanto mais ativo o gato mais frequente será sua alimentação podendo ser fornecida como dieta de livre escolha ou à vontade.

Os gatos adultos são aqueles que não estão em período de gestação, lactação ou trabalho ativo. Geralmente eles atingem sua fase adulta aos 10 e 12 meses de idade paralisando seu peso aos 18 meses. A manutenção da fase adulta geralmente vai dos 12 meses aos oito anos de vida. Para esses animais em manutenção adulta, a alimentação deve conter as seguintes características básicas, como:

  • Proporcionar quantidade e a disponibilidade correta de nutrientes para manter a saúde física, mental e as atividades;
  • Favorecer o melhor estado de saúde e, dessa maneira, reduzir a suscetibilidade a doenças;
  • Ser suficientemente rica em nutrientes para permitir que o animal supra as suas exigências nutricionais ao se alimentar e;
  • Ser suficientemente saborosa para assegurar um consumo adequado. Os gatos não necessitam de amplas variedades de rações, basta ração de boa qualidade para suprir as necessidades nutricionais e uma boa disponibilidade de água. O que ocorre, é que muitos tutores condicionam os animais a maus hábitos alimentares. A mudança frequente de dieta pode causar problemas gástricos produzindo diarréia e vômito.

As exigências nutricionais diárias de gatos castrados são reduzidas em 24 a 33% quando comparada as de gatos inteiros. Essas reduções nutricionais se dão pela redução da taxa metabólica basal, pois os gatos castrados não diminuem as suas atividades.

Gatos idosos

A capacidade funcional dos órgãos dos gatos começa a cair logo depois que ele atinge a idade adulta, o que corresponde ao terço final da vida. Os diferentes sistemas que constituem o organismo começam a envelhecer em velocidades diferentes, sendo essa velocidade dependente de muitos fatores relacionados a vida do animal, como a genética, o ambiente e a alimentação. Os animais idosos necessitam dos mesmos nutrientes que necessitavam nas fases de vida anteriores, porém, em proporção e quantidades diferentes, alguns mais e outros menos, como a energia metabolizável (em menor quantidade). A proteína também deve ser fornecida em menor quantidade e deve ser de qualidade elevada, para garantir melhor digestibilidade.

A falência renal crônica e o hipertireoidismo são as doenças mais comuns em gatos idosos. Para amenizar o surgimento desses problemas da idade, deve se ter maior cuidado com a higiene oral, assim como, a disponibilidade de água limpa (CAMILO et al., 2014). Segundo Ruiz (2013), à medida que os gatos vão envelhecendo, cai a sua eficiência digestiva, principalmente para os lipídios e proteínas. Com isso, nota- se que os gatos com função digestiva comprometida, tem tendência em aumentar o consumo diário de alimento, com o objetivo de compensar o efeito descrito anteriormente. A recomendação aos tutores é que continuem fornecendo a mesma quantidade de ração aos gatos quando atingem o terço final da vida, porém esses alimentos devem ser de alta digestibilidade, principalmente para proteína e lipídios. Os gatos idosos devem continuar recebendo as vacinas anualmente além de controle parasitário preventivo. Check ups anuais são muito importantes para um diagnóstico mais precoce de problemas de disfunções orgânicas. Esse check up deve contemplar:

  • exame de sangue,
  • ultrasson abdominal
  • raio x torácico

Assim como a dieta humana, a saúde dos cães depende de uma alimentação correta e balanceada que contenha um amplo conjunto de nutrientes para suprir todas as necessidades diárias, são eles: proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas, minerais e água. É importante também a adição de ingredientes funcionais como probióticos, fibras especiais, auxiliadores da saúde articular, entre outros, que promovem a saúde, bem-estar e contribuem para uma maior longevidade.

Outro fator que se deve levar em conta na dieta dos cães é a idade e o estilo de vida, com o objetivo de promover um equilíbrio nutricional nas diferentes fases. Os cães atletas ou muito agitados geralmente necessitam de alimentos ricos em nutrientes com alto valor energético, já os castrados e sedentários precisam ter a dieta adaptada ao estilo de vida. O nível reduzido de atividade física precisa ser equilibrado com uma alimentação de baixo teor calórico e de nutrientes especiais para apoiar esta condição.

A falta ou excesso de nutrientes pode desequilibrar o sistema fisiológico do animal e predispor o organismo ao mau desenvolvimento corporal e constituição óssea, obesidade, alterações reprodutivas, dentre outros.

Os gatos possuem características peculiares em relação ao manejo e dieta, sendo de extrema importância uma atenção especial quanto à alimentação para garantir uma melhor saúde e bem-estar. Devido ao metabolismo específico, estes animais têm necessidades nutricionais diferentes dos cães, como: maior exigência proteica; assim como do aminoácido arginina, da vitamina B6 e da niacina (respectivamente cerca de duas, três e quatro vezes maiores em relação aos cães); ingestão de vitamina A pré-formada na dieta e dificuldade em digerir carboidratos. Apesar dos gatos serem considerados fisiologicamente carnívoros por necessitarem de nutrientes específicos, os quais só são encontrados na carne; com o advento do avanço nas tecnologias de processamento dos alimentos, como a extrusão, é permissível o uso de ração na alimentação dos felinos contendo uma grande fração de carboidrato, porém respeitando o equilíbrio dos nutrientes. Vale ressaltar que os gatos não conseguem sintetizar o ácido araquidônico (um ácido graxo da família ômega 6) e o aminoácido taurina, sendo fundamental que estejam presentes na dieta.

A alimentação quando filhote é de suma importância, pois é o período em que acontece o desenvolvimento de todos os tecidos e órgãos. Na fase adulta é necessário oferecer um alimento que contenha todos os nutrientes necessários para o bom desenvolvimento e manutenção do animal. Já na fase senil são necessários alguns ajustes nas quantidades de nutrientes visando retardar os distúrbios orgânicos decorrentes da obesidade.

A vacinação de cães e gatos é extremamente importe, pois é o método mais eficaz de prevenção e proteção de algumas doenças infecciosas, promovendo imunidade contra esses agentes. Com a vacinação, não só protegemos o nosso pet como também diminuímos, consequentemente, a prevalência da doença dentro da população de cães e gatos.

Apesar da sua importância, as vacinações devem ser consideradas como apenas um dos componentes de um plano de cuidados de saúde preventivos abrangentes, individualizado com base na idade, raça, condição de saúde, ambiente, estilo de vida e hábitos de viagem do animal de estimação.

A discussão da vacinação é apenas uma parte da visita anual de checagem da saúde e o protocolo ideal para cada animal de estimação deve ser proposto, sempre por um médico veterinário, após avaliação cuidadosa e detalhada do histórico e exame físico.

A importância dos cuidados odontológicos, nutrição apropriada, necessidade e realização de testes diagnósticos apropriados, controle de parasitas e de zoonoses devem ser abordados durante a avaliação de cada animal de estimação antes de qualquer vacinação e também serão indicadas de forma individual.

As vacinas variam entre diversos países e regiões, de acordo com a presença ou ausência da doença, sua prevalência local e pelas características de cuidados preventivos da população humana e animal. As vacinas essenciais são aquelas que protegem os animais contra doenças graves, potencialmente fatais, que têm ampla distribuição. No Brasil, as vacinas essenciais são: a polivatente (V10) e a antirrábica para cães e a polivalente felina (V4) e antirrábica para gatos. A vacina contra o vírus da raiva também é considerada essencial para ambas as espécies no Brasil, por ser uma área endêmica, o que difere de outros países, sendo exigida para viagens internacionais. E as vacinas não essenciais são aquelas cujo uso é determinado com base nos riscos da exposição geográfica ou do estilo de vida do animal e em uma avaliação da relação risco-benefício. No Brasil, a vacina de proteção para leishmaniose é indicada em muitas regiões, principalmente no Distrito Federal, onde a doença é endêmica. Há disponíveis também a vacina de prevenção da “tosse dos canis” e a de prevenção de doença clínica causada por Giardia, ambas com indicação relacionada ao manejo ambiental e relação com outros animais.

Os esquemas de vacinação essencial devem ser iniciados entre seis e oito semanas de idade e finalizadas, preferencialmente, após as 16 semanas de idade. Os intervalos entre vacinas e quais vacinas devem ser administradas será indicada pelo médico veterinário e modificado quando necessário.

A vacinação é um ato de amor e cuidado para o seu pet, procure um médico veterinário de confiança.

Os vermes intestinais são um dos problemas mais comuns em cães e gatos. O dano que uma verminose pode causar a saúde do animal e os sintomas que o seu pet pode vir a apresentar vão variar de acordo com o tipo de parasita e a quantidade presente no organismo. Dentre os sintomas mais comuns temos a diarreia, fezes com sangue, inapetência (falta de apetite), vômito, anemia e problemas de pelagem. Muitos vermes que parasitam cães e gatos também parasitam o homem. Conhecer os vermes mais comuns é importante para realizar corretamente a vermifugação.

• Dipylidium caninum
Acomete cães e gatos e sua contaminação ocorre pela ingestão de pulgas. Os cães e os gatos utilizam a boca para coçar o próprio corpo, podendo assim ingerir alguma pulga. O verme se desenvolve no intestino do animal e é eliminado nas fezes. Esse parasita é conhecido por parecer um grão de arroz achatado e pode ser facilmente visto nas fezes. O Dipylidium caninum também pode acometer o homem. Nesse caso para controlar a verminose, além de um vermífugo, é importantíssimo o controle das pulgas.

• Toxocara canis, Toxocara cati, Toxocara leonina
Acomete os cães e gatos. São os vermes mais comuns encontrados em filhotes, isso ocorre devido ao ciclo do parasita. Os ovos que são eliminados nas fezes são ingeridos pelo animal, no intestino viram larvas e podem atingir a corrente sanguínea. Precisam passar por órgãos como brônquios e traqueia, e voltar ao intestino, onde atingem a maturidade e eliminam novos ovos. No caso de fêmeas gestantes, as larvas podem atingir o feto, e após o nascimento do filhote começa a apresentar os sintomas da verminose. No homem a espécie Toxocara canis pode provocar lesões em fígado, pulmão, olhos, cérebro e rins.

• Ancylostoma caninum (cães) e Ancylostoma tubaeforme (gatos)
A contaminação ocorre por ingestão de água e alimentos contaminados ou pela penetração através da pele, onde atingem a corrente sanguínea, chegando ao intestino. Em filhotes a contaminação pode ocorrer pela ingestão do leite materno (A. caninum). Como esses vermes se alimentam da mucosa intestinal, é comum observar sangue nas fezes, fezes escuras e diarreia.

O exame de fezes é a maneira mais correta de identificar qual o verme que está infectando o animal. Como os vermes não são eliminados nas fezes diariamente é importante que se colete as fezes durante três dias consecutivos, aumentando as chances de encontrar o parasita.

A vermifugação periódica, de modo geral, é recomendada de acordo com o estilo de vida do seu animal. Animais que frequentam a rua e convivem com outros animais, devem ser vermifugados com mais frequência. Filhotes devem ser vermifugados aos 30 dias de vida, juntamente com a fêmea. Recomenda-se também a vermifugação antes da vacinação, pois um animal parasitado pode ter sua imunização comprometida, diminuindo a produção de anticorpos. Esquema de Vermifugação:

Filhotes:
1ª dose aos 15 dias de vida, com reforço após 15 dias. Após este esquema, a vermifugação é mensal, até o sexto mês de vida.

Adultos:
a vermifugação deve ocorrer em intervalos de 4 – 6 meses. Cadelas e gatas prenhes devem ser vermifugadas antes da cobertura e a partir de 45 dias de gestação.

Os principais vetores que apresentam uma ampla distribuição geográfica em todo o território nacional e causam injúrias, tanto para os animais quanto para o homem, são a pulga e o carrapato. Além do desconforto local, a saliva do carrapato é neurotóxica e pode causar paralisia. Dependendo da infestação, pode ingerir grandes volumes de sangue e causar anemias graves. Carrapatos também podem veicular outros parasitas e transmiti-los a seu pet, causando doenças que, por vezes, podem ser letais.

Desta forma, o controle desses vetores é de extrema importância para evitar tais consequências indesejáveis.

Carrapatos

Os carrapatos são ácaros hematófagos. No Brasil, as infestações por carrapatos em cães estão diretamente relacionadas com o ambiente onde estes vivem.

O ambiente rural e as periferias de áreas urbanas, onde o cão possui acesso livre a matas e pastagens, apresentando contato com outros animais, domésticos ou selvagens, propicia a infestação por várias espécies de carrapatos do gênero Amblyoma. Já os cães criados no meio urbano, no interior ou no espaço externo das residências são acometidos mais comumente pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus que está́ adaptado a se estabelecer nas cidades com grande facilidade.

Os carrapatos, que acometem os cães, passam por quatro estágios evolutivos durante o seu ciclo de vida – ovo, larva, ninfa e adulto (macho e fêmea) –, sendo que alguns eventos ocorrem sobre o animal, enquanto a maioria das etapas se desenvolve no ambiente. Após um período de incubação no ambiente, surge a eclosão do ovo com a liberação da larva. Esta procura o animal e permanece por alguns dias para realizar a hematofagia; em seguida, abandona o animal e retorna para o ambiente para realizar a troca de pele (ou ecdise) e originar a ninfa. A ninfa procura o animal também para realizar a hematofagia por alguns dias e retorna para o ambiente para realizar a troca de pele (ou ecdise) e originar o adulto, que pode ser macho ou fêmea. O adulto, por sua vez, procura o animal para realizar a hematofagia e a cópula. A fêmea, após a cópula, suga grande quantidade de sangue e se torna ingurgitada. A fêmea ingurgitada se desprende do animal e realiza a postura dos ovos no ambiente.

O carrapato R. sanguíneos apresenta especificidade parasitária, sendo necessária a presença do cão para o desenvolvimento do ciclo biológico e a manutenção da sua população. Além disso, realiza o seu ciclo de vida no ninho, casa ou abrigo do hospedeiro. Esse carrapato, quando não está sobre o corpo do animal, permanece nas frestas e nos buracos de paredes, nos muros e nos tetos do próprio abrigo do cão. Ao detectar a presença do animal, abandona esses locais e vai ao encontro dele para a hematofagia. Devido a essas características biológicas, que favorecem o estabelecimento e a reprodução do R. sanguíneos no ambiente urbano, os cães são facilmente acometidos por ele. As áreas do corpo do hospedeiro mais parasitadas são cabeça, pescoço, dorso, orelhas e interdígitos.

Independente da espécie, 95% dos carrapatos encontram-se no ambiente em vida livre, enquanto apenas 5% estão parasitando o animal. O cão não desenvolve imunidade contra o R. sanguíneos, por isso pode sempre servir como hospedeiro adequado, por tempo indeterminado, para todos os estágios parasitários desse carrapato.

Uma grande variedade de agentes causadores de doenças é transmitida por carrapatos por meio da picada, de excrementos ou da ingestão destes. O grande problema das doenças transmitidas por eles é que elas imitam um grande número de doenças infecciosas e parasitárias, dificultando seu diagnóstico e tratamento. Em geral, os sintomas são: febre e anemia, e seu aparecimento pode ocorrer de forma inesperada.8 Alguns agentes transmitidos pelo carrapato são Ehrlichia sp., Borrelia sp., Babesia sp. e Rickettsia rickettsii.

Pulgas

As pulgas são insetos que se alimentam de sangue. De maneira geral, somente poucas espécies de pulgas podem ser encontradas em cães e gatos, sendo que a Ctenocephalides assume maior relevância pela elevada prevalência em nosso meio ou pela sua importância como causadora de dermatites alérgicas nos animais predispostos e seu comportamento como vetor de alguns importantes patógenos. As pulgas são insetos que realizam uma metamorfose completa durante o seu ciclo de vida e apresentam os estágios vitais, consistindo em ovo, estágios larvais um, dois e três, casulo pupal e adulto (macho e fêmea).

As pulgas adultas, macho e fêmea, permanecem sobre o corpo do animal, realizando a hematofagia e a cópula. A fêmea faz a postura dos ovos entre os pelos do animal, mas os ovos não são aderentes e caem no solo, ocorrendo uma tendência ao acúmulo de grandes quantidades de ovos nos locais mais frequentados pelo cão, principalmente onde ele descansa no período noturno. Após um período de incubação, ocorrem a eclosão do ovo e a liberação da larva de primeiro estágio, que se alimenta e evolui para larva de segundo estágio, a qual se alimenta e evolui para larva de terceiro estágio. A alimentação das larvas no ambiente é obtida, essencialmente, por meio das partículas fecais produzidas pelas pulgas adultas, compostas de sangue desidratado parcialmente digerido, além de descamações cutâneas, fungos, microrganismos e resíduos alimentares. A larva de terceiro estágio começa a produzir fios de seda viscosos e a tecer o casulo pupal ao seu redor. Essa fase possui um difícil controle pois os inseticidas não conseguem atuar. No interior do casulo pupal, ocorre a metamorfose, originando a pulga adulta (macho ou fêmea).

O ciclo de ovo a adulto é completado por volta de 12 a 15 dias.

O quadro abaixo contém as principais doenças são transmitidas por esses parasitas:

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Controle

Os programas que visam ao controle adequado das pulgas e dos carrapatos devem apresentar uma combinação harmoniosa de métodos que proporcionam o controle tanto da infestação ambiental como da infestação no animal. A alteração ou a remoção das condições ambientais que favorecem o desenvolvimento da população de pulgas e carrapatos devem ser realizadas antes mesmo da utilização de produtos químicos no ambiente e/ou no animal.

Para o controle do carrapato, que assume grande importância pela sua elevada ocorrência nos cães ou pela transmissão de agentes causadores de graves doenças como a erliquiose e a babesiose canina, é necessário fazer o tratamento curativo no animal, que atua em 5% da população e, principalmente, o tratamento ambiental, que visa atuar nos 95% da população. O tratamento ambiental pode ser realizado por meio da dedetização com inseticidas em três a quatro aplicações, com intervalos de 14 dias, sempre aspergindo a substância nas paredes, nos muros e nos tetos, principalmente nas áreas de descanso do animal. Quando for inviável dedetizar o ambiente, como no interior de residências e apartamentos, podem ser aplicados apenas produtos de ação residual com efeito preventivo no animal. Esses produtos devem ser rigorosamente reaplicados com base nos períodos de eficácia preconizados. Estão disponíveis vários produtos que apresentam ação residual com efeito preventivo, como, fipronil, selamectina, Sarolaner...

No caso das pulgas, também é indicado realizar esse controle integrado visando atuar sobre o hospedeiro e o ambiente, pois, assim como os carrapatos, 95% da população de pulgas encontram-se no ambiente nos estágios de ovos, larvas e pupas, e apenas 5% no estágio adulto encontram-se parasitando o hospedeiro. As medidas realizadas no ambiente interno envolvem a rigorosa limpeza para retirada de matéria orgânica (pode-se usar aspirador de pó, lavar com água ou usar vapor superaquecido) e restringir o acesso dos animais a determinados cômodos. O controle do ambiente externo se dá́ por meio da limpeza de áreas sombreadas, úmidas e protegias do sol.10 Também é possível o uso de produtos químicos que atuam nos estágios evolutivos encontrados no ambiente (principalmente os ovos e as larvas. Deve-se ressaltar que as pulgas podem sobreviver por 140 a 170 dias no interior do casulo pupal.

Outro fator importante é a grande dificuldade de atingir as pulgas que se encontram no interior desse casulo, mesmo após a aplicação ambiental de produtos inseticidas, devido aos locais de difícil acesso e às condições impermeabilizantes que dificultam a penetração dos produtos químicos no casulo. Para atuar no estágio adulto das pulgas encontradas sobre o animal, é recomendada a aplicação de produtos químicos que apresentam efeito adulticida. Existe uma ampla variedade de fármacos que desempenham esse efeito disponível no mercado nacional, como imidacloprid, fipronil, metaflumizona, nitenpiram, selamectina, piriprol e spinosad. Mas nem tudo é regra: em certos casos, o uso de produto de ação residual associado à limpeza do ambiente sem produtos químicos já é suficiente para controlar uma infestação por pulgas.

Um dos principais motivos para a ineficácia dos programas de profilaxia e controle de ectoparasitos está relacionado ao fraco empenho dos tutores. É por esses motivo que o médico veterinário deve escolher corretamente um protocolo e adequá-lo às necessidades específicas do proprietário e de seu animal de estimação. Mas não podemos esquecer que outra razão para a falha do controle pode ser o desenvolvimento de resistências aos produtos utilizados.

Concluímos, assim, que os sucessos da prevenção e do controle dependem de uma ação conjunta entre tutor e médico veterinário, e nunca se deve esquecer que animais e ambiente devem ser tratados juntos, e nem sempre se consegue a erradicação completa desses ectoparasitos.


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